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Filme biodegradável pode substituir plástico em embalagens de alimentos perecíveis

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    Unitech Brasil
  • há 4 dias
  • 4 min de leitura

Tecnologia à base de polímeros naturais, desenvolvida por pesquisadoras da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp, decompõe-se totalmente em até 45 dias e é apropriada para embalar alimentos perecíveis como frutas, hortaliças, carnes, entre outros.

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Texto: Christian Marra – Inova Unicamp | Fotos: Igor Alisson – Inova Unicamp


Filme biodegradável da Unicamp pode substituir o plástico em embalagens de alimentos perecíveis


Texto: Christian Marra – Inova Unicamp | Fotos: Igor Alisson – Inova Unicamp

Um dos principais desafios da indústria alimentícia é encontrar alternativas viáveis e ambientalmente sustentáveis para reduzir o uso massivo de plásticos. Alimentos perecíveis, como frutas, hortaliças e outros itens perecíveis são acondicionados principalmente em embalagens plásticas à base de polímeros sintéticos, como polietileno, polipropileno, entre outros – materiais que levam centenas de anos para se decompor no meio ambiente, o que acelera o acúmulo de resíduos físicos e gera poluição por micro e nanoplásticos.


A tecnologia pode ser aplicada na elaboração de embalagens para alimentos perecíveis

Esse problema motivou duas pesquisadoras da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (FCA Unicamp) a desenvolver um novo tipo de filme biodegradável capaz de substituir o plástico na indústria alimentícia, especialmente em embalagens de alimentos perecíveis. A base do novo material é a amilopectina, um tipo de amido presente em polímeros biodegradáveis, encontrado em alimentos vegetais como milho, batata, arroz e trigo.


A equipe testou uma série de formulações até chegar à composição ideal, que apresenta resistência mecânica satisfatória e aparência uniforme. “Produzimos mais de dois mil filmes poliméricos até chegarmos a um material estável, com resistência suficiente para embalar e proteger os alimentos”, explica Giovana Padilha, professora da FCA Unicamp, que participou da pesquisa ao lado de Deborah Montagnoli –  na época, sua orientanda de mestrado.


Filme biodegradável oferece resistência mecânica e componentes naturais


Padilha observa que, após escolher a amilopectina como o tipo de amido mais conveniente para o filme polimérico, um dos principais desafios da tecnologia foi formular os componentes que iriam conferir resistência ao filme, algo que o amido não é capaz de oferecer isoladamente. Para isso, foi selecionada a pectina, uma fibra natural presente em frutas como a laranja, cuja oferta é abundante devido aos resíduos da indústria cítrica.


Após ajustes na formulação do filme à base de amido e pectina, o ácido glutâmico foi o terceiro elemento utilizado para conferir melhores propriedades físico-químicas e mecânicas. Trata-se de um aminoácido naturalmente presente em alimentos como carnes, ovos, queijos, vegetais, entre outros.

“A pectina é essencial para formar o gel do filme, conferindo-lhe maior resistência; o ácido glutâmico, por sua vez,  além de melhorar a resistência mecânica, pode conferir propriedades antioxidantes importantes para aumento da vida útil do alimento. A definição das condições ideais para o uso dessas matérias primas representa o grande avanço desta tecnologia. Graças a essa formulação, chegamos a um filme biodegradável e com resistência suficiente para embalar produtos alimentícios”, acrescenta a docente.

O filme desenvolvido é completamente biodegradável. Nos testes conduzidos pelas pesquisadoras, o filme se decompôs em 45 dias, dependendo das condições de temperatura e umidade relativa. Por esse motivo, ele é mais apropriado para embalar alimentos perecíveis, que têm durabilidade curta.


“Comparado aos plásticos convencionais, que podem levar séculos para se degradar, o novo filme pode representar um avanço enorme na redução de resíduos poluentes descartados no meio ambiente”, afirma a professora. Ela ainda reforça que, além da rápida degradação, os materiais utilizados são todos de origem orgânica e comestíveis:

“Estamos falando de amido, pectina e ácido glutâmico. Tudo isso já está presente em muitos dos alimentos que consumimos. Essa característica elimina riscos de contaminação química e torna o produto adequado para aplicação direta sobre os alimentos”, observa Padilha.

Aplicações e potenciais usos do filme biodegradável


A principal aplicação da nova tecnologia é a confecção de embalagens de pequeno porte para alimentos perecíveis, como frutas, hortaliças e cogumelos — produtos que se deterioram rapidamente após a colheita.


Outro ponto positivo do filme biodegradável que contribui para essa aplicação, segundo Padilha, é sua permeabilidade controlada à água e a gases, o que favorece a conservação de alimentos frescos. “O ácido glutâmico melhora a barreira contra a umidade e prolonga a vida útil do produto embalado. Por isso, esta tecnologia é de grande utilidade na exportação desses alimentos, pois eles passam muito tempo confinados nos meios de transporte”, detalha a pesquisadora.


Para uma etapa futura do desenvolvimento, a equipe tem planos de ampliar o uso da tecnologia. “Queremos investigar como a composição se comporta quando estirada, para fabricar embalagens maiores”, finaliza a professora.


Tecnologia disponível para licenciamento comercial


A patente desta tecnologia foi depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) pela Agência de Inovação Inova Unicamp, e conta também com proteção internacional por meio do Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT, na sigla em inglês). Por isso, ela está disponível para licenciamento comercial tanto no Brasil quanto no exterior.


A nova tecnologia está diretamente alinhada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 12 da Organização das Nações Unidas (ONU), que trata do consumo e produção responsáveis. Ao oferecer uma alternativa biodegradável aos plásticos convencionais usados em embalagens de alimentos, o invento contribui para reduzir a geração de resíduos sólidos, um dos principais compromissos do ODS 12. A iniciativa valoriza o uso de matérias-primas renováveis, promove a economia circular e incentiva a substituição de materiais derivados de combustíveis fósseis, contribuindo para a criação de sistemas produtivos mais ambientalmente sustentáveis.


Como licenciar uma tecnologia da Unicamp


A Inova Unicamp disponibiliza no Portfólio de Tecnologias da Unicamp uma vitrine tecnológica com perfis de patentes, programas de computador, cultivares e outras proteções. Empresas e instituições públicas ou privadas podem licenciar a propriedade intelectual da Unicamp a partir de negociações com a Agência de Inovação Inova Unicamp. O contato com a Inova é realizado pelo formulário de conexão com empresas.


A Agência também oferta ativamente as tecnologias da Unicamp para as empresas, com a intenção de que o conhecimento gerado na Universidade se converta em soluções reais e chegue ao mercado e à sociedade. Para conhecer outros casos de licenciamento de tecnologias da Unicamp, acesse o site da Inova. E para encontrar os profissionais ideais para as necessidades do seu projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) com a Universidade, faça uma busca no Portfólio de Competências da Unicamp.


Para conhecer outras tecnologias protegidas disponíveis para licenciamento, acesse o Portfólio de Tecnologias da Unicamp ou entre em contato com a Inova via formulário.


Matéria extraída: https://www.inova.unicamp.br/2025/11/filme-biodegradavel-da-unicamp-pode-substituir-o-plastico-em-embalagens-de-alimentos-pereciveis/

 
 
 

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